Fugi.

Eu fugi. Essa é a verdade. Não me fiz de forte, não fingi não ligar, não me arrependi. Fugi por medo. Medo de terminar vazia, magoada, quebrada. Medo de levarem tudo de mim, medo de fugirem de mim. Não era essa a minha intenção, me perdoe. Mas eu me senti tão feliz que temi não conseguir ser feliz sozinha, temi que você virasse uma dependência, um vicio, uma droga. Temi que me fizesse mal. Diminui as doses de você, e fui escondendo meu amor.

Mas um dia eu completarei a mim mesma e espero que você me espere para me transbordar. Eu espero não viciar nessa solidão também, espero conseguir sorrir para mim todas as manhãs e procurar alguém para sorrir sem motivos. E eu vou cuidar de mim, me preocupar comigo, me maquiar sem motivos e me conhecer. Depois, só depois quero conhecer alguém e permitir que me conheça, mas digo, conhecer de verdade. O mais profundo e escondido do interior. E assim eu quero aprender (lentamente) a confiar e por ultimo: querer.

E quando eu quiser, talvez eu comece a amar (que será bem querer) e a sonhar acordada e cair nessa pegadinha de novo. Mas que aconteça tudo bem lentamente e sem expectativa nenhuma. E que seja tudo simples, maduro e bem cuidado. Até lá vou fugir, vou fugir até me encontrar pronta, limpa, arrumada, cuidada.

Porque estou cansada de meio termo, de preocupações, de desconfiança, de lágrimas às escondidas, de diferenças, indiferenças e atrito. Amei sem estar pronta e mal tratei meu coração. Marquei um encontro com a felicidade e acabei traindo o amor. O abandonei, fugi. E agora estou amando de novo, amando a mim mesma e escrevendo para explicar que fui corajosa o suficiente para me acovardar. Joguei tudo pro alto, fugi, corri, fingi, mas sorri. E agora digo: é isso aí!

Suzana