127 horas

Além de ser baseado em fatos reais, a trama toda envolve apenas um personagem: o alpinista Aron Ralston, um homem egoísta, que prefere viver a vida sozinho, buscando aventuras e levando-a sem roteiros ou compromissos. Tudo acontece rapidamente: Acorda cedo, prepara as coisas, sai e deixa sua irmã falando sozinha na mensagem automática do telefone, e parte para sua próxima aventura: montanhas de Utah, Estados Unidos.

Ele registra tudo em sua própria câmera, o que deixa o filme mais envolvente e pessoal enquanto temos a oportunidade de apreciar as maravilhosas paisagens de Utah. Acompanhando esses momentos de total desapego, se perdendo e encontrando outras pessoas, se divertindo, depois voltando ao seu roteiro totalmente sozinho... 

Aron cai e prende seu braço em uma fenda. Aí começamos a contagem de 127 horas (5 dias), em que a pressão emocional em ver-se à beira da morte, sozinho, arrependido, somado ao desgaste físico e com fome, sede e nada que supra suas necessidades, o obrigada a repensar sua vida e escolher entre a dor de arrancar seu próprio braço ou morrer e não ter mais chances de mudar o que o trouxe até ali.

Logo vi que o envolvimento que tive com a personagem foi proposital para angustiarmos junto com seus momentos de desespero, repensar junto com ele nossos erros, perceber o sol que chega e sentir a escuridão se aproximando. É um filme rápido e sem produções gigantescas de elenco ou edições. Mas ele não precisa disso. O intuito dele é muito mais profundo. E muito mais real.